quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Turmas do Colégio Evilásio Santana Gama (seminários temáticos)







 Pesquisa e estudo:






 Professora Elena Carvalho do Nascimento


Movimentos sociais hoje(seminários temáticos)



Movimentos sociais hoje

De 1988 aos dias atuais, podemos observar uma série de movimentos pela efetivação de direitos existentes e pela conquista de novos direitos. Vivemos sob uma constituição que privilegia os direitos humanos (civis, políticos e sociais) sobre a ação do Estado, e os movimentos sociais devem ser instrumentos para o questionamento das muitas desigualdades existentes no país.

Esses movimentos desenvolveram algo muito importante: a politização da esfera privada, ao tornar as carências das populações pobres (urbanas e rurais), dos negros, das mulheres, das crianças, entre outras, uma preocu­pação de toda a sociedade, e' não somente do Estado. Abriu-se no Brasil a possibilidade de se desenvolverem movimentos sem o controle do Estado, dos partidos políticos ou de qualquer instituição. Podemos citar, entre outros, os movimentos dos negros, das mulheres, dos indígenas, dos ambientalistas, dos sem-terra, dos sem-teto, etc.

Nenhum desses movimentos tem a preocupação de alcançar o poder do Estado, mas sim de fazer valer os direitos existentes nas leis e criar outros, isto é, eles são um meio de a população organizada participar politicamente, sem que precise estar ligada às estruturas estatais de poder. O que importa é ir além da legislação existente, procurando construir espaços políticos públicos, nos quais possam ser debatidas todas as questões importantes para uma sociedade politizada.

MST urbano ou Movimento dos Sem-Teto

Há no Brasil um movimento social que não aparece muito nos jornais e na televisão: o Movimento dos Sem-Teto, atuante principalmente nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Os sem-teto agem de modo organizado. Uma das formas de pressão que adotam é a ocupação de imóveis. As ações envolvem de cem a duzentas famílias, que se instalam no local escolhido e informam às auto­ridades que passarão a viver ali, mesmo em condições precárias, até que lhes seja propiciada uma opção de moradia.

Quando a polícia, em conseqüência de uma ação judicial, força a desocupação do local, os sem-teto procuram outro imó­vel e organizam nova ocupação. Os alvos mais freqüentes são imóveis velhos desocupados, em geral edifícios abandonados por proprietários que deixaram de pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), forçando o poder público a desapropriá-los. Em alguns casos, sob a pressão dos sem-teto, os governos declaram esses edifícios de interesse social, possibilitando que se tornem para quem não a tem.

A maioria dos participantes do Movimento dos Sem-Teto são trabalhadores que não têm con­dições de pagar um aluguel, mínimo que seja, ou que não querem morar na periferia, pois não têm recursos para pagar aluguel e transporte até seus postos de trabalho. Há entre os sem-teto trabalha­dores que ganham no máximo um salário mínimo, e muitos desempregados.



A revolta dos estudantes

Na terceira semana de setembro de 2003, milhares de estudantes de 12 a 22 anos paralisaram por três dias a capital da Bahia, Salvador, manifestando-se contra o aumento das passagens de ônibus. Em ações relâmpago, eles invadiam as principais ruas e avenidas e bloqueavam o trânsito, sentando-se no chão para impedir a passagem dos veículos.

A manifestação ocorreu sem nenhuma articulação de organizações estudantis; muito ao con­trário, os estudantes negaram a possibilidade de liderança tanto da União Nacional dos Estudantes (UNE) quanto da União Baiana dos Estudantes Secundaristas (UBES), pois não queriam ser acu­sados de servir como instrumentos políticos dessas organizações, que, na expressão deles, possuem vinculações partidárias. As ações relâmpago eram definidas em miniassémbléias e em cada ponto da cidade decidia-se quem' podia passar ou não. A preocupação era não prejudicar as pessoas que necessitavam chegar ao local de trabalho, além de garantir o livre trânsito de mulheres grávidas, idosos e portadores de alguma deficiência.

Em sua maioria, os participantes das manifestações eram alunos que viviam na periferia da cidade, o que significa que os gastos com transporte tinham um peso importante no orçamento familiar. Com o movimento, eles conseguiram que o prefeito e seus auxiliares sentassem para discutir o aumento e a implantação da meia passagem para os estudantes.

1- Os dois movimentos focalizados são diferentes, mas têm pelo menos um ponto em comum: a pressão para que as ações governamentais sejam direcionadas em favor dos que mais ne­cessitam de apoio no Brasil. O que você pensa sobre esse tipo de pressão? Ela pode ser eficaz na consecução de determinados objetivos?

2- A propriedade de um imóvel abandonado pode ser usada como argumento para não permitir que pessoas sem moradia o ocupem? A ocupação é a melhor forma de forçar uma tomada de decisão por parte dos governantes?

3- Você considera os movimentos dos estudantes por transporte mais barato importantes como experiência de participação na definição de políticas públicas para o setor? Você já participou de movimentos desse tipo? Em caso afirmativo, comente sua experiência.



Site alemão oferece "manifestantes de aluguel"

Promotores de causas perdidas ou simples­mente movimentos políticos sem apoio sufi­ciente na Alemanha podem a partir de agora alugar seus próprios manifestantes.

Desde dançarinas de strip-tease até exu­berantes Ferraris figuram na relação do erento.com, um site alemão especializado em alugar qualquer coisa imaginável. Mas, a partir deste ano, a empresa começou a oferecer "mani­festantes profissionais", homens e mulheres, geralmente estudantes, desocupados e apo­sentados, que por um pagamento especial se transformam em defensores de qualquer causa que se possa imaginar.

"Abrimos o serviço devido à crescente demanda", dizem os responsáveis pelo erento.com, Chris Móller e Uwe Kampschulte. "Em geral, não sabemos o que os manifestantes contra­tados acabam fazendo, mas naturalmente rechaçamos qualquer forma de agressividade ou extremismo de direita", afirmam.

Um manifestante não sai barato. Cada um custa em torno de US$ 150 por dia. Al­guns manifestantes, porém, cobram honorá­rios reduzidos por causas que os interessam. A empresa fica com 4,9% dos honorários de cada pessoa contratada. Criar uma manifesta­ção de caráter massivo pode custar uma fortu­na. Mesmo assim, a erento.com afirma que apenas na primeira semana de janeiro foi consultada por cerca de 50 clientes sobre os serviços des­ses "mercenários da opinião".

No final do ano, soube-se que uma mani­festação em frente ao Parlamento, que reuniu cerca de 200 membros da Associação de Mé­dicos Alemães contra uma nova lei de saúde, havia sido coberta por 150 manifestantes alu­gados e rapidamente disfarçados com o aven­tal branco. Alugar manifestantes também pode trazer benefícios de imagem. Se a causa carece de apoio jovem ou de adultos, de imigrantes ou de estudantes, o cliente pode pesquisar as fotos e os perfis de cada "manifestante" na página da erento.com para escolher o que mais lhe favorece. A empresa também se encarrega de alugar equipamentos como megafones, apitos, caminhões e todo o resto necessário para uma verdadeira manifestação.

A crescente despolitização da população parece fazer com que nem mesmo aqueles afetados diretamente em seus interesses reú­nam forças nem ânimo suficientes para sair às ruas. Os responsáveis pela empresa garantem, no entanto, que é impossível distinguir um manifestante real de um alugado. Com uma carteira recheada, muitas iniciativas poderiam simular um apoio popular inexistente, um pro­blema que já começa a preocupar juristas e políticos na Alemanha.

● Depois de ler essa notícia, você acredi­ta que os fatos narrados refletem uma des­politização da população ou o oportunismo de empresários que procuram diversificar suas fontes de rendimento? Você acha que vale a pena lutar para que os direitos das pessoas sejam mantidos e até ampliados ou considera inútil se manifestar, pois tudo "está dominado"?



Os movimentos sociais e as transformações recentes

O universo dos movimentos sociais se amplia e se restringe ao mesmo tempo. Ampliam-se as formas e restringem-se as es­peranças quanto a suas potencialidades trans­formadoras. A defesa dos particularismos, os radicalismos e a intolerância de alguns têm levado analistas e militantes a repensar a questão da transformação social. A liberdade, a igualdade, a solidariedade e a fraternidade estão a merecer novas reflexões sobre que trilhas seriam necessárias para alcançá-las.

Muitos movimentos se institucionaliza­ram em organizações por meio de políticas sociais. A grande novidade passou a ser a centralidade das ONGs no cenário das de­mandas sociais. O perfil do militante dos movimentos também se alterou. Nos anos 60, 70 e 80 os militantes não dissociavam sua vida particular da atuação nos movimentos, e estes eram associados à política.

Nos anos 90, os antigos militantes enve­lheceram, ou cansaram-se, ou tornaram-se dirigentes de organizações, parlamentares etc. E não se formaram novos quadros de militantes. Os poucos novos que surgiram passaram a atuar de forma radicalmente di­ferente. O slogan "o importante é ser feliz"

é bastante ilustrativo. Ninguém quer mais sobrepor os interesses do movimento aos de sua vida pessoal, particular. A militância passou a ser mais seletiva e qualitativa. A mi­litância quantitativa – que dava visibilidade aos movimentos nas ruas, na mídia etc. – re­duziu-se consideravelmente ou simplesmente desapareceu. Estamos apenas constatando as novas opções dos mais jovens. Usualmente, nos anos 90 se participa de causas coletivas quando essas causas têm a ver com o mundo vivido pelas pessoas, e não porque estejam motivadas pelas ideologias que fundamen­tam aquelas causas.

Quanto a nós, preferimos continuar acre­ditando na necessidade das utopias e espe­rando que as lições que os movimentos sociais democráticos e progressistas têm dado ao mundo venham a contribuir para a redefini­ção dessas utopias, a reinstaurar a esperança e a crença de que vale a pena lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

Os movimentos são fluidos, fragmen­tados, perpassados por outros processos so­ciais. Como numa teia de aranha eles tecem redes que se quebram facilmente, dada a sua fragilidade; como as ondas do mar que vão e voltam eles constroem ciclos na história, ora delineando fenômenos bem configurados, ora saindo do cenário e permanecendo nas sombras e 'penumbras, como névoa esvoa­çante. Mas sempre presentes.

● Muitos são os movimentos sociais em defesa da manutenção e da criação de direitos. Mas eles foram mudando no decorrer do tem­po. Que mudanças você percebe nos mo­vimentos sociais divulgados pelos meios de comunicação? Como os classifica? São fluidos ou permanentes? São passageiros e frágeis ou envolvem causas mais gerais que dizem respeito a uma sociedade ou a toda a humanidade?


Rerefencias Bibliógraficas:
Sociologia para Ensino Médio- Nelson dacio Tomazi-Volume único 2010

Seminários Temáticos



A República fardada

Apesar do golpe militar promovido em 1964, os movimentos dos estudantes e dos trabalhadores continuaram atuantes e criaram uma situação de contestação aberta ao regime, até dezembro de 1968, quando foi decretado o AI-5, que cassou todos os direitos do cidadão, inclusive o de manifestação. Esses movimentos foram então tirados da cena à força da violenta repressão colocada em prática pelos militares. Entretanto, surgiram os movimentos armados (rurais e urbanos) de contestação ao regime, pois essa foi a única alternativa encontrada por muitos grupos or­ganizados para protestar.

Os seqüestros (que visavam trocar prisioneiros do regime pelo seqüestrado) e os roubos a bancos (para sustentar as ações contra o regime) foram as ações mais utilizadas nas cidades. No campo, foram montados movimentos de guerrilheiros que procuravam organizar a população para fazer frente ao regime militar - o mais conhecido é a Guerrilha do Araguaia, apoiada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B). A repressão aos movimentos armados ocorreu de modo extensivo e cruel.

Após o governo de Ernesto Geisel, de acordo com o projeto dos militares de fazer um retorno à democracia de modo lento e gradual e sob vigilância, foram organizados grandes movimentos políticos pela democratização da sociedade: o movimento pela anistia, que resultou na assinatura da Lei de Anistia pelo presidente-general João Baptista Figueiredo, em 1979; o movimento Diretas Já, entre 1983 e 1984, pelas eleições diretas, que não foram aprovadas pelo Congresso Nacional, e o movimento pela Constituinte, entre 1985 e 1986, que conseguiu a aprovação de instauração de uma Assembléia Constituinte a partir de 1986.

Nessa fase também foram importantes outros movimentos, que se caracteri­zaram pela resistência ao regime e pelas propostas que permitiram um grande avanço democrático os anos seguintes. Destacam-se, entre eles, os movimentos grevistas em São Paulo, principalmente no chamado ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema), região que concentrava o maior parque industrial do Brasil e, portanto, o maior número de trabalhadores industriais. Eles questionavam não só as condições salariais e de trabalho, mas também a legislação que não permitia a livre organização dos trabalhadores e o direito de manifestação. Desses movimentos nasceram a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, logo depois, o Partido dos Trabalhadores (PT).

No campo, desempenhou importante papel no questionamento da situação da terra no Brasil e no enfrentamento do regime militar o Movimento dos Traba­lhadores Rurais Sem Terra (MST). Organizado no Sul do país, a partir de 1979, com apoio de parte da Igreja Católica (Pastoral da Terra), do PT e da CUT, o MST tinha como objetivo fundamental criticar a estrutura da propriedade da terra no Brasil (onde o latifúndio é dominante) e as condições de vida dos trabalhadores rurais. Suas ações foram mais marcantes no período seguinte.

Além desses movimentos surgiram outros, como o Movimento contra o Custo de Vida (MCV), criado em 1973, em São Paulo, e ativo por vários anos. O MCV chegou ao fim com o Plano Cruzado (1986), que reduziu por pouco tempo os preços dos alimentos.

De Canudos à Coluna Prestes


De Canudos à Coluna Prestes

Os movimentos sociais que ocorreram entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX mostra­vam um caráter político e social marcante, mesmo com vigilância rígida sobre a população do campo e da cidade. Dois movimentos dessa época podem ser lembrados pela denúncia da miséria, da opressão e das injustiças da Re­pública dos Coronéis: a Guerra de Canudos e a Guerra do Contestado.

A Guerra de Canudos aconteceu entre 1893 e 1897, na Bahia. O movimento foi liderado por Antônio Conselheiro. Com ele, sertanejos baianos estabeleceram-se em Canudos, um lugarejo no nordeste da Bahia, e constituíram uma co­munidade de cerca de 30 mil habitantes. Viviam num sis­tema comunitário: não havia propriedade privada e todos os frutos do trabalho eram repartidos.

O segundo levante ocorreu em 1924, em São Paulo, e reuniu cerca de mil homens. Eles ocuparam os pontos estratégicos da capital paulista, fazendo com. que os governantes fugissem da cidade. A reação também foi rápida e, com a ajuda de tropas do Rio de Janeiro, a situação foi controlada.

O líder da revolta, general Isidoro Dias Lopes, dirigiu-se com uma tropa numerosa para o Sul do país, com a determinação de continuar a luta contra o governo. Assim nasceu a Coluna Paulista, que, ao se encontrar com outros militantes revoltosos, liderados por Luís Carlos Prestes, formou a Coluna Pres­tes. Esta percorreu mais de 20 mil quilômetros do território brasileiro, do Sul ao Nordeste, atravessando doze estados, com o objetivo de levantar a população contra o poder das oligarquias regionais. Os integrantes da Coluna Prestes de­fendiam muitos princípios que seriam a base para as mudanças que ocorreram no governo de Getúlio Vargas.

OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL


OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
Há registros de movimentos sociais no Brasil desde o primeiro século da colonização até nossos dias. Esses movimentos demonstram que os que viviam e os que vivem no Brasil nunca foram passivos e sempre procuraram, de uma ou de outra forma, lutar em defesa de suas idéias e interesses.
Lutas no período colonial
Durante o período colonial (1500-1822), os movimentos sociais mais significativos foram os dos indígenas e os dos africanos escravizados. Além disso, ocorreram vários movimentos políticos, dois deles pela independência do Brasil.
Os povos indígenas lutaram do século XVI ao século XVIII para não ser escravizados e para manter suas terras e seu modo de vida.
Os escravos africanos também não ficaram passivos diante das condições em que viviam. A principal forma de resistência eram as revoltas localizadas e a formação de quilombos, que existiram do século XVII até o fim da escravidão.
Os quilombos se estruturaram em várias partes do Brasil. O maior e mais significativo foi o de Palmares, que se localizava no atual estado de Alagoas. Ele começou a se formar por volta de 1630 e foi mantido até 1694, e teve de 20 a 30 mil habitantes. Mas outros grandes quilombos se formaram em diferentes épocas e lugares da colônia.
Além dos movimentos dos indígenas e dos escravos, ocorreram no Brasil colonial dois movimentos pela independência em relação a Portugal: a Incon­fidência Mineira (1789-1792) e a Conjuração Baiana (1796-1799). Ambos tinham por base as idéias disseminadas pela Revolução Francesa, mas havia diferenças em seus objetivos. Os inconfidentes mineiros propunham a in­dependência e um governo republicano, mas não o fim da escravidão. Já os conjurados baianos defendiam a independência e o fim da escravidão, um governo republicano, democrático, com liberdades plenas, o livre comércio e a abertura dos portos. Esses movimentos foram reprimidos de modo violento e seus líderes, presos, degredados ou enforcados.






Revoltas regionais, abolicionismo e republicanismo
No período imperial, entre 1822 e 1889, ocorreram movimentos pelo fim da escravidão e contra a monarquia, tendo como objetivo a instauração de uma república no Brasil ou a proclamação de repúblicas isoladas.
Todos esses movimentos foram reprimidos violentamente, com muitas mor­tes e prisões. A idéia do governo em vigor era torná-Ias exemplos a não seguir.
Durante o Império ocorreram ainda movimentos em que se lutou por questões específicas, contra as decisões vindas dos governantes, percebidas como autoritárias. Em 1851, por exemplo, alastrou-se por várias províncias do Nordeste a chamada Revolta Ronco da Abelha, contra o decreto que exigia o registro civil de nascimentos e óbitos. Dizia-se que essa era uma forma de escravizar os recém-nascidos. Outro exemplo é a Revolta do Quebra-Quilos, que começou na Paraíba em 1874 e se espalhou por todo o Nordeste, contra as arbitrariedades dos cobradores de impostos e contra os novos padrões de pesos e medidas de acordo com o sistema decimal. Também aconteceu em várias províncias do Nordeste, em 1875, a Revolta das Mulheres, contra um decreto que alterava a forma de recrutamento para o serviço militar.
Além das revoltas regionais, dois grandes movimentos sociais, a partir de 1850, alcançaram âmbito nacional: o movimento abolicionista e o republica­no. Eles se desenvolveram paralelamente, mas com composições diferentes, e foram fundamentais para a queda do Império e a instauração da República no Brasil.
O movimento abolicionista agregou políticos, intelectuais, poetas e ro­mancistas, mas também muitos negros e pardos libertos. Cresceu lentamente, pois sofria a oposição dos grandes proprietários de terras e escravos. Por isso, quando finalmente ocorreu a abolição, os ex-escravos foram deixados à própria sorte, o que criou uma questão social que até hoje está presente no país.
O movimento republicano foi dominado pelos segmentos mais ricos da sociedade. A organização buscava uma nova forma de acomodar os grupos que desejavam o poder sem a presença do imperador e da monarquia. Houve a participação de libe­rais que defendiam uma república democrática, mas eles foram afastados e os conservadores se apossaram do poder.
Tanto o movimento abolicionista quanto o republicano utilizaram a imprensa e a discussão em vários níveis sociais; ambos conseguiram seus objetivos ao mesmo tempo, de tal modo que o fim da escravidão no Brasil, em 1888, abriu as portas para a implantação da República, em 1889.